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A memória é a forma como armazenamos o conhecimento e a informação. É como um arquivo que armazena nossos pensamentos, sentimentos e memórias de todas as experiências da vida para que elas possam ser recuperadas posteriormente, quando necessário.

A memória torna-se importante no aprendizado porque nos ajuda a consolidar novas ideias com as antigas; este processo requer atenção, pois sem memória nunca acumularíamos nenhum fato ou teríamos uma chance de construir entendimento!

A memória não se trata apenas de armazenar dados – ela também nos permite recuperar aqueles pedaços de informação que amarram o que foi aprendido anteriormente e ajudarão a levar as coisas adiante para uma maior compreensão para o amanhã!

O processamento da informação para conversão em memória dá-se em 3 fases: Codificação, Armazenamento e Recuperação.

Codificação

É a entrada, o registro inicial das informações. A codificação é a primeira fase da memória que prepara as informações sensoriais para serem posteriormente armazenadas no cérebro.

Um conteúdo pode ser codificado de 3 formas principais: acústica, visual e semântica.

Acústica

Codificação acústica é o uso de estímulos e inputs auditivos para criar memórias. Esse processo é auxiliado pelo que é conhecido como loop fonológico.

O loop fonológico é um processo pelo qual os sons são ensaiados sub vocalmente (ditos em sua mente repetidamente) a fim de serem convertidos em memória de longo prazo.

Visual

É o processo de codificação de imagens e informações sensoriais visuais. A criação de imagens mentais é uma maneira pela qual as pessoas usam a codificação visual.

Esse tipo de informação é temporariamente armazenada na memória icônica e, em seguida, é movida para a memória de longo prazo para armazenamento.

A amígdala desempenha um grande papel na codificação visual das memórias.

Semântica

A codificação da entrada sensorial que tem um significado ou contexto específico é conhecida como codificação semântica. Isso pode incluir lembrar conceitos, ideias, definições, datas, etc.

A codificação semântica é mais fácil de lembrar do que a codificação não semântica ou superficial das coisas.

Anexar emoções às informações é uma boa ideia para tornar a codificação semântica muito mais memorável. Por exemplo, você pode se lembrar de um determinado número de telefone com base no nome de uma pessoa ou de um determinado alimento pela cor.

• Alguns fatores que podem influenciar na Codificação:
• Quantidade de conteúdo
• Atenção
• Tempo de exposição ao estímulo
• Sentido
• Agrupamento da informação (organização)

Quanto maior a riqueza da codificação, maior a probabilidade de se lembrar!

Depois de codificada a informação, a próxima etapa de conversão é o armazenamento.

Armazenamento

Também chamado de retenção, consolidação ou conservação, é o processo que envolve a manutenção da informação codificada pelo tempo necessário para que possa ser recuperada e utilizada quando evocada.

Ou seja, envolve o fortalecimento das representações enquanto estão sendo registradas e a sua reconstrução ao longo da sua utilização e da entrada de novas informações. Para isso, o cérebro altera-se bioquimicamente e a seu tecido neural.

Assim como você pode escrever um bilhete para se lembrar de algo, o cérebro “escreve” um traço de memória, mudando sua própria composição física para fazer isso.

Recuperação

É o processo de lembrança da informação anteriormente armazenada. O resgate pode utilizar uma busca consciente das informações ou ainda ser evocado de maneira não consciente através de associações dependentes do contexto, ativação por semelhanças ou por necessidades.

São 2 mecanismos responsáveis pela recuperação da informação:

Reconhecimento: envolve a comparação de estímulos anteriormente registrados com novos estímulos.

Resgate: envolve uma busca ativa das informações armazenadas.

Para o psicólogo Endel Tulving, a recuperação é o processo chave da memória, pois se a informação for devidamente codificada e armazenada porém não puder ser recuperada ela se torna inútil.

Para melhorar o processo de memorização, deve-se dar atenção especial a codificação, recuperação e a interação entre ambos.

A aprendizagem e a memorização se tornam mais efetivas quando codificamos informações em conjunto com excelentes dicas/sugestões/associações que trarão novamente os eventos ocorridos quando precisamos deles. Mas como fazemos isso?

Para maximizar o processo de recuperação devemos construir dicas/sugestões/associações com forte significado que nos remetem a experiência original e essas dicas/sugestões/associações devem ser únicas e não associadas com outras memórias.

A leitura por si só também é uma excelente forma de melhorar a memória.

O cérebro se beneficia de qualquer exercício cognitivo, entretanto a leitura é neurobiologicamente mais exigente do que o processamento de imagens ou áudio.

Enquanto você está lendo, partes do cérebro que evoluíram para outras funções – visão, linguagem e aprendizagem associativa – se conectam em um circuito neural específico para a leitura, que é muito desafiador.

Uma frase é um atalho para muitas informações que devem ser inferidas pelo cérebro.

Em geral, sua inteligência é ativada, assim como um maior nível de concentração, já que a leitura nos força a construir, a produzir narrativa, a imaginar, etc.

No treinamento da Vencer Leitura, a partir da reeducação do modo como se lê, por meio da aceleração perceptiva dos olhos e de outras atividades neuro cognitivas, a leitura torna-se muito mais visual, contribuindo assim, para uma memória muito mais efetiva e duradoura.

Isso ocorre devido ao fato do treinamento desenvolver de modo progressivo processos básicos e necessários ao funcionamento da memória, como a atenção, análise e compreensão, os quais atuam como “preparadores de terreno” para a codificação e armazenamento de informações.

Além do aperfeiçoamento dos pilares indispensáveis ao bom funcionamento da memória, o método da Vencer também proporciona o aprendizado e a prática de uma das mais famosas técnicas para a recuperação de informações, os Mapas Mentais.

Essa técnica foi sistematizada pelo especialista em aprendizagem britânico, Tony Buzan, com a finalidade inicial de tornar as atividades de estudos e pesquisas muito mais produtivas.

Contudo, o mapa mental atua desde a captura de informações até a recuperação destas pela memória, pois através de diagramas visuais atua na ativação dos dois hemisférios do cérebro: o hemisfério direito de características visuais e perceptivas, e o hemisfério esquerdo, voltado para a lógica e linguagem.

Assim, da mesma maneira que os músculos carecem de exercícios físicos para se manterem firmes e tonificados, a memória requer uso diário para desenvolver-se cada vez mais, e para isso, é fundamental a prática de atividades mentais que estimulem seu uso, a leitura é uma delas.

Ler é um exercício extraordinário para cultivar uma boa memória ao longo de toda a vida. Portanto, se você ainda não tem o hábito da leitura, não perca mais tempo e comece já a desenvolver essa prática.